Conto lindíssimo. História trágica de um
operário pobre, analfabeto que vivia em Paris com a namorada e a filha dela. Em
um inverno, desesperado pela falta de trabalho, decidiu roubar. Durante três
dias, havia alimento em casa, mas Claude foi condenado a cinco
anos de prisão.
Em pouco tempo, o operário, graças ao
seu admirável carisma, passou a exercer espontânea liderança entre os demais
cativos. Algumas palavras de Claude tinham o poder equivalente a de vários
carcereiros. Assim, o diretor do presídio, sempre que necessitava, solicitava o
apoio do novo líder- e obtinha sucesso.
Embora o operário contasse com trinta
e seis anos, aparentava cinquenta, tinha a expressão grave, era enrugado e
grisalho: seu rosto revelava marcas do sofrimento. Nos primeiros tempos, pensava
muito na moça que deixara, mais tarde descobre que se tornara mulher da vida. Quanto ao
menino, não obtivera notícias.
Amado pelos prisioneiros e detestado
pelos guardas, Claude tivera a boa sina de fazer amizade com Albin (dezenove
anos). O jovem amigo lhe cedia diariamente metade de seu prato de comida- uma
benção para Claude.
O diretor da prisão, com ciúmes
do sucesso do operário entre os presos, decide, por mero capricho, transferir
Albin para outro pavilhão. Apesar dos
insistentes pedidos, Claude não pode rever o amigo. Não suportando as
provocações do diretor, mata-o e em seguida tenta suicídio. Claude Gueux é
condenado à morte.
A
história é vazada em estilo elegante, claro e direto. Trata-se de um belo
panfleto contra a pena de morte na França que só seria abolida em 1981.
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