sábado, 1 de março de 2014

Maupassant: um "meteoro" nas letras francesas

Guy de Maupassant nasceu dia 5 de agosto de 1850 na Normandia (não se sabe se em Fécamp ou em Miromesnil). Primeiro filho de Gustave e Laure. A mãe do futuro escritor era leitora perspicaz, culta, refinada e ciosa da recente partícula “de” que antecede o sobrenome – caução de nobreza reservada a poucos. Laure de Maupassant teve papel decisivo na opção de carreira do filho mais velho. Muito antes de tornar-se contista de renome na França, o jovem Guy escreveu poemas, a peça “Os anos cor - de rosa – Casa turca” -1875 (traduzido em português por Clémence M. C. Jouët-Pastré), entre muitos outros textos que eram submetidos ao crivo do amigo de sua mãe e de seu tio Alfred Le Poittevin (que não chegou a conhecer), nada menos que Gustave Flaubert. A propósito, durante muito tempo, houve quem sustentasse que Maupassant era filho do autor de “Madame Bovary”. O jovem discípulo de Flaubert trabalhou como funcionário público até aproximadamente os trinta anos, dedicando o tempo livre à literatura. A data chave de sua vida foi 1º de fevereiro de 1880, Maupassant recebe carta de Flaubert a respeito de “Boule de Suif” (“Bola de Sebo”) na qual afirmava: “Mais il me tarde de vous dire que je considère Boule de Suif comme un chef-d´oeuvre. Oui! Jeune homme! Ni plus ni moins, cela est d ´un maître” (“Estou ansioso para dizer que considero Bola de Sebo como uma obra-prima. Sim, rapaz! Nem mais, nem menos, foi escrito por um mestre!) Nessa missiva, Flaubert tece comentários precisos justificando sua opinião. Com “Boule de Suif”, publicada na coletânea “Soirées de Médan”, Maupassant tornou-se célebre da noite para o dia- não por acaso afirmou: “Je suis entré dans la vie littéraire comme un météore, j´en sortirai comme un coup de tonnerre” (“entrei para a vida literária como um meteoro e sairei como um trovão”). O brilhante contista morreu em 1893. Seu sucesso não parou de crescer até meados do século XX. Trata-se, ainda hoje, de um dos escritores franceses mais lidos fora da França. No próximo post, publicarei o conto “As grandes paixões” que traduzi – acredito que seja a primeira tradução para o português. Aguardem...

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