segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Paul Valet e a denúncia das barbáries da guerra




            Paul Valet nasceu em Moscou em 1905 e seu nome de batismo é Georges Schwartz. Valet falava russo,  polonês, idioma de sua mãe,  além de conhecer  alemão e francês. Com a Revolução russa, a família vai para a Polônia e posteriormente, com a idade de quinze anos, Valet chega a Paris para estudar. A França será seu país de eleição. Ao formar-se em medicina, Valet trabalhará na periferia operária parisiense. Durante a ocupação, o futuro poeta engaja-se na Resistência e terá papel fundamental no movimento de liberação da  Haute-Loire (Alto Loire) localizada na região Alpes-Auvérnia-Ródano cuja capital é a cidade de Le Puy-en-Velay.
            Paul Valet é considerado o inventor do poema “coup de poing” ( poema “soco”) . 

O poema que segue é um bom exemplo desse “gênero”. 
                                   Extermination
                                  
C´était au mois d´août rutilant
Beau temps pour partir en vacances
                                  
Nous étions là tous les trois
                                   Notre gosse ma femme et moi

                                   Le soleil grillait dans son plomb
                                   La rue coulait dans son étuve

                                   Quand ils étaient venus nous prendre
                                   Le gosse jouait au cerveau

Au lieu de pleurer notre enfant
Nous l’avons faire rire aux éclats

Au lieu d’ouvrir  notre terreur
Nous avons fermé nos visages

Au lieu de prendre le poison
Nous nous sommes pris par les mains

Pour être ensemble malgré tout
Pour être ensemble jusqu’au bout


                    Esse poema encontra-se no livro  Sans muselière de 1949

              Nesse belo texto inspirado do período que a França foi invadida e ocupada pelos alemães, encontramos um casal e seu filho prestes a viajar de férias em um mês de agosto abrasador. A criança brincava de bambolê quando os soldados inimigos chegaram. A partir desse momento, a preocupação dos pais era de não alarmá-lo com a iminente prisão em campo de concentração. Estariam juntos até o fim.






                       

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